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N'A CABINE #011: Van Der

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Van Der é o nome artístico de Vanderley Neves. Natural de São Tomé e Príncipe mas português de gema, este rapaz de 28 anos é um exemplo. Cresceu em bairros de lata, onde habitavam comunidades africanas que viram muitos emigrar para procurar melhores condições de vida. Apesar das adversidades, nunca abandonou a escola, e, aos 18 anos, decidiu ingressar em Sociologia, uma experiência que marcou e influenciou os seus caminhos. Desde sempre, Van Der esteve em contacto com sonoridades africanas: “estava constantemente exposto à música africana, inclusivamente eletrónica, como por exemplo o kuduro, cujos fundadores são o Tony Amado e o Sebem. Estes dois padrinhos do kuduro inspiraram-se em ‘raves’ no ocidente, e tentaram recriar o mesmo som em Angola”. No entanto, o “bicho” despertou graças ao seu primo, o atual DJ Marfox, que, ao gravar-lhe cds, incluiu três mixes de Carl Cox. Depois, por volta de 2007, quando começou a ouvir a rádio Mix.Fm, apaixonou-se definitivamente pela música eletrónica. Gostava mas ainda não a sabia definir, até que, graças a um amigo, conheceu a música de Sven Väth. Aí, Van Der entendeu o techno. Através deste estilo foi conhecendo outros artistas que o ajudaram a crescer enquanto dj, mas isto não quer dizer que continuem a ter influência direta na sua música. "Atualmente tenho muitas referências, e quanto mais descubro, mais tenho. Existem muitos projetos de qualidade que têm explorado a música eletrónica e o techno em particular, elevando-o para novas formas de interpretar o género. O techno é futurista." Quando falámos sobre ídolos com quem gostaria de partilhar a cabine, Van Der fala de nomes como Stanislav Tolkachev, Surgeon, Adam X, entre outros, pois afirma que têm contribuído de forma muito positiva para a cena musical através dos seus selos. Relativamente à música eletrónica em Portugal, Van Der acredita que existe muito consumo mas pouca produção, e que, pelo menos em Lisboa, há poucas alternativas devido às dificuldades impostas: “É necessário maior apoio à cultura [em Portugal]. Os projetos têm dificuldade em se estabelecer porque existem vários constrangimentos e burocracias. Existem muitos de qualidade que têm tentado desenvolver o seu trabalho”. No que toca a projetos, Van Der é o seu principal, totalmente dedicado a um lado mais underground. Mas Vanderley é também um dos fundadores do Escuro, um coletivo de música eletrónica que pretende também trazer algo de novo à noite lisboeta menos mainstream. No futuro, pretende consolidar-se enquanto artista e editar música. Pelo meio, não garante que se vá manter por Portugal. Relativamente ao set que preparou para este episódio de N’A Cabine, Van Der mantém-se fiel a si próprio, afastado daquilo que se ouve na maioria das festas de techno. Como artista gosta de explorar várias dimensões da música eletrónica experimental, e remata que aprecia “a liberdade de explorar a minha criatividade, de acordo com o que interpreto da ocasião para que vou mixar. Este set, penso que estará mais virado para o clubbing“.
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Van Der é o nome artístico de Vanderley Neves. Natural de São Tomé e Príncipe mas português de gema, este rapaz de 28 anos é um exemplo. Cresceu em bairros de lata, onde habitavam comunidades africanas que viram muitos emigrar para procurar melhores condições de vida. Apesar das adversidades, nunca abandonou a escola, e, aos 18 anos, decidiu ingressar em Sociologia, uma experiência que marcou e influenciou os seus caminhos. Desde sempre, Van Der esteve em contacto com sonoridades africanas: “estava constantemente exposto à música africana, inclusivamente eletrónica, como por exemplo o kuduro, cujos fundadores são o Tony Amado e o Sebem. Estes dois padrinhos do kuduro inspiraram-se em ‘raves’ no ocidente, e tentaram recriar o mesmo som em Angola”. No entanto, o “bicho” despertou graças ao seu primo, o atual DJ Marfox, que, ao gravar-lhe cds, incluiu três mixes de Carl Cox. Depois, por volta de 2007, quando começou a ouvir a rádio Mix.Fm, apaixonou-se definitivamente pela música eletrónica. Gostava mas ainda não a sabia definir, até que, graças a um amigo, conheceu a música de Sven Väth. Aí, Van Der entendeu o techno. Através deste estilo foi conhecendo outros artistas que o ajudaram a crescer enquanto dj, mas isto não quer dizer que continuem a ter influência direta na sua música. "Atualmente tenho muitas referências, e quanto mais descubro, mais tenho. Existem muitos projetos de qualidade que têm explorado a música eletrónica e o techno em particular, elevando-o para novas formas de interpretar o género. O techno é futurista." Quando falámos sobre ídolos com quem gostaria de partilhar a cabine, Van Der fala de nomes como Stanislav Tolkachev, Surgeon, Adam X, entre outros, pois afirma que têm contribuído de forma muito positiva para a cena musical através dos seus selos. Relativamente à música eletrónica em Portugal, Van Der acredita que existe muito consumo mas pouca produção, e que, pelo menos em Lisboa, há poucas alternativas devido às dificuldades impostas: “É necessário maior apoio à cultura [em Portugal]. Os projetos têm dificuldade em se estabelecer porque existem vários constrangimentos e burocracias. Existem muitos de qualidade que têm tentado desenvolver o seu trabalho”. No que toca a projetos, Van Der é o seu principal, totalmente dedicado a um lado mais underground. Mas Vanderley é também um dos fundadores do Escuro, um coletivo de música eletrónica que pretende também trazer algo de novo à noite lisboeta menos mainstream. No futuro, pretende consolidar-se enquanto artista e editar música. Pelo meio, não garante que se vá manter por Portugal. Relativamente ao set que preparou para este episódio de N’A Cabine, Van Der mantém-se fiel a si próprio, afastado daquilo que se ouve na maioria das festas de techno. Como artista gosta de explorar várias dimensões da música eletrónica experimental, e remata que aprecia “a liberdade de explorar a minha criatividade, de acordo com o que interpreto da ocasião para que vou mixar. Este set, penso que estará mais virado para o clubbing“.
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