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A sequência de golpes na África e as novas disputas por influência no continente

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No mês passado, o Gabão, país na África Central e lar de cerca de 2,3 milhões de pessoas, foi cenário de um golpe de Estado, protagonizado por elementos das Forças Armadas, insatisfeitos com o resultado da eleição presidencial, que deu mais um mandato a Ali Bongo, que comanda o governo desde 2009. Bongo, que está em prisão domiciliar, chegou ao poder depois da morte de seu pai, Omar Bongo, que ficou quase 40 anos à frente da Presidência. O golpe no Gabão foi mais um de uma série de levantes vistos ao redor da África, uma longa lista que inclui Burkina Faso, Mali e o Níger, um movimento também liderado por militares e que está no meio de uma discussão sobre uma potencial intervenção externa liderada por nações da região. Movimentos que, embora tenham suas particularidades dentro de seus próprios contextos nacionais, têm alguns pontos em comum, incluindo mudanças na percepção sobre as lideranças locais e sobre as potências que as apoiam e apoiaram ao longo das décadas. A França, que mesmo depois dos movimentos de independência dos anos 1960 e 1970, ainda tem uma presença considerável no Continente, especialmente em países que foram suas colônias. Contudo, um discurso anticolonial, de questionamento à ordem apoiada pela França vem ganhando força — no Níger, independente desde 1960, os golpistas cortaram relações com Paris dias depois do levante. No próprio Gabão, o apoio dado pela França à família Bongo por mais de cinco décadas também serviu de combustível para a revolta. Ao mesmo tempo, Rússia e China têm intensificado suas presenças política, econômica e de segurança na África. Os dois países apoiaram ativamente os movimentos de independência no continente nos anos 1960 e 1970, e agora veem na retração da França um espaço livre para reforçar seus laços com velhas e novas lideranças. Pequim tem apresentado planos de infraestrutura e crédito fácil para países com contas fragilizadas, e a Rússia, especialmente através do Grupo Wagner, tem dado apoio militar a países como a República Centro-Africana. Um sinal de como a imagem dos russos está em alta foi a presença de bandeiras russas em protestos a favor dos levantes no Níger e mesmo no Gabão. O Ao Ponto começa a semana analisando as peculiaridades e as semelhanças entre os golpes recentes na África, e quais são os fatores que podem incitar novos levantes na região, especialmente na África Ocidental. Nosso convidado, Alexandre dos Santos, jornalista, professor de História e Política do Continente Africano no Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio, traça um histórico do cenário político e faz uma análise das disputas entre potências por influência regional. Ele também discute como a entrada de dois novos países africanos no Brics — Etiópa e Egito — poderá impactar nessa balança de poder e influência.
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No mês passado, o Gabão, país na África Central e lar de cerca de 2,3 milhões de pessoas, foi cenário de um golpe de Estado, protagonizado por elementos das Forças Armadas, insatisfeitos com o resultado da eleição presidencial, que deu mais um mandato a Ali Bongo, que comanda o governo desde 2009. Bongo, que está em prisão domiciliar, chegou ao poder depois da morte de seu pai, Omar Bongo, que ficou quase 40 anos à frente da Presidência. O golpe no Gabão foi mais um de uma série de levantes vistos ao redor da África, uma longa lista que inclui Burkina Faso, Mali e o Níger, um movimento também liderado por militares e que está no meio de uma discussão sobre uma potencial intervenção externa liderada por nações da região. Movimentos que, embora tenham suas particularidades dentro de seus próprios contextos nacionais, têm alguns pontos em comum, incluindo mudanças na percepção sobre as lideranças locais e sobre as potências que as apoiam e apoiaram ao longo das décadas. A França, que mesmo depois dos movimentos de independência dos anos 1960 e 1970, ainda tem uma presença considerável no Continente, especialmente em países que foram suas colônias. Contudo, um discurso anticolonial, de questionamento à ordem apoiada pela França vem ganhando força — no Níger, independente desde 1960, os golpistas cortaram relações com Paris dias depois do levante. No próprio Gabão, o apoio dado pela França à família Bongo por mais de cinco décadas também serviu de combustível para a revolta. Ao mesmo tempo, Rússia e China têm intensificado suas presenças política, econômica e de segurança na África. Os dois países apoiaram ativamente os movimentos de independência no continente nos anos 1960 e 1970, e agora veem na retração da França um espaço livre para reforçar seus laços com velhas e novas lideranças. Pequim tem apresentado planos de infraestrutura e crédito fácil para países com contas fragilizadas, e a Rússia, especialmente através do Grupo Wagner, tem dado apoio militar a países como a República Centro-Africana. Um sinal de como a imagem dos russos está em alta foi a presença de bandeiras russas em protestos a favor dos levantes no Níger e mesmo no Gabão. O Ao Ponto começa a semana analisando as peculiaridades e as semelhanças entre os golpes recentes na África, e quais são os fatores que podem incitar novos levantes na região, especialmente na África Ocidental. Nosso convidado, Alexandre dos Santos, jornalista, professor de História e Política do Continente Africano no Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio, traça um histórico do cenário político e faz uma análise das disputas entre potências por influência regional. Ele também discute como a entrada de dois novos países africanos no Brics — Etiópa e Egito — poderá impactar nessa balança de poder e influência.
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